Para além do aumento dos
impostos, do acesso aos serviços de saúde, do acesso à educação, dos cortes nos
subsídios de desemprego e de doença entre outras medidas de austeridade a que
temos estado sujeitos, agora assistimos ao roubo de um salário por ano como
medida permanente.
E assistimos de braços cruzados?
Nunca fiz greves nem manifestações, mas acho que a partir de hoje, por muito
respeito que tenha pela minha entidade patronal e pelo meu emprego, vou passar
a participar nas próximas greves e manifestações. O que nos estão a fazer é
demasiado grave para ficar a assistir de braços cruzados no sofá. E não o farei
por mim, mas pelo futuro da minha filha. Tudo o que foi conseguido no tempo dos
nossos Pais está a ser destruído agora.
O Sócrates cavou um buraco enorme
nas finanças portuguesas e apareceu por aí um Coelho que iludiu o povo com
mensagens de esperança, que não seriam sempre os mesmos a pagar a crise, que
haviam outras soluções, a mim não me enganou, mas muitos acreditaram e a solução
está à vista. A mesma "receita" que foi aplicada na Grécia está a ser aplicada a
Portugal e estamos a caminhar para a mesma situação. Qualquer leigo percebe que
não é a tirar poder de compra ao povo que vamos criar emprego, o que vai
acontecer é precisamente o inverso. Menos poder de compra, menos consumo, mais
desemprego, uma espiral já estava a levar o país para o fundo e que agora se
irá agravar. Tenho ouvido figuras públicas da esquerda à direita e todos são
unânimes na sua avaliação. Bagão Félix ex-ministro das finanças de um anterior
governo PSD/PP, disse precisamente o que eu escrevi, no contexto actual esta
medida não resulta, até o Alberto João Jardim, que eu não aprecio nem um pouco,
diz que este governo está esgotado e pede a intervenção do presidente da
república. O ex-presidente da república General Ramalho Eanes diz que este é o
momento dos Portugueses decidirem o que querem para o seu presente e para o seu
futuro e agirem em conformidade.
Um trabalhador que passa o dia a
labutar e no final do mês tem um ordenado bruto de 500€, tem uma enorme dificuldade
para conseguir pagar a renda de casa, estudar os filhos e pôr comida na mesa
para a sua família, para além dos descontos que já tinha, passa agora a dispor de
menos 35€ por mês. O Coelho que experimentasse a gerir um salário destes para
ver como custa a vida.
É inqualificável o que nos estão
a fazer.
Da minha parte vou tentar acabar
o meu curso este ano, pagando a “módica” quantia de 1037€ de propinas para
poder fazer um ano lectivo no ISEL (com 50 cadeiras feitas já dava direito a
uma dezena de licenciaturas na universidade do Relvas), assim que o acabar vou
tentar fazer um curso de Alemão, para estar mais preparado para emigrar em caso
de desemprego. Estamos os dois a trabalhar na mesma empresa e temos de estar
preparados para a possibilidade de desemprego inesperado. Como medidas
imediatas, vamos cortando à medida das necessidades. Quando for preciso,
vendo a mota, corto a TV, a net e o telefone, o que for preciso… vamos
tentar é não acabar com o convívio com os amigos e a família.
Enfim, como li ontem num
provérbio Árabe, “A riqueza de um homem não
está no que possuí, mas no que desfruta”.
SAUDAÇÕES NÓMADAS!
1 comentário:
Cada dia que passa ficamos mais pobres e esgotados deste governo. Eles não se queixam porque ganham um pouco mais que nós!! Pelo menos temos uma coisa que eles não têem.. AMIGOS!
E nesses a troika não mexe.. Saudações! Para quando um giro de mota?
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